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Por Sueli Gushi - E como será curtir o Carnaval sem festa? Qual é o verdadeiro significado do Carnaval? - SELIGANAMUSICA®

Por Sueli Gushi – E como será curtir o Carnaval sem festa? Qual é o verdadeiro significado do Carnaval?

Apesar de ser impossível mudar o feriado de Carnaval, já que é uma data determinada pelo calendário Cristão, este ano o Carnaval terá uma visão diferente para os brasileiros. Na verdade, a maioria nem se lembra do verdadeiro significado do Carnaval. O Carnaval não é uma invenção brasileira, pois sua origem remonta à Antiguidade. Muitos estudiosos relacionam a origem do Carnaval com alguns ritos de origens remotas.

Na Babilônia, as Sacéias eram uma celebração em que um prisioneiro assumia, durante alguns dias, a figura do rei, vestindo-se como ele, alimentando-se da mesma forma e dormindo com suas esposas. Ao final, o prisioneiro era chicoteado e depois enforcado ou empalado. Na Mesopotânia, como comemoração de Ano Novo, no período próximo ao equinócio da primavera, ocorria um ritual no templo de Marduk (um dos primeiros deuses mesopotâmicos), onde o rei perdia seus emblemas de poder e era surrado na frente da estátua de Marduk. Essa humilhação servia para demonstrar a submissão do rei à divindade. Em seguida, ele novamente assumia o trono.

Veja que há uma semelhança na alteração da ordem social, onde o rico se veste de pobre, homens se vestem de mulheres, pobres se tornam nobres. Em Roma, a Saturnália (ocorria no solstício de inverno, em dezembro), e a Lupercália (ocorria em fevereiro, que seria o mês das divindades infernais, mas também das purificações), eram festas que duravam dias, com comidas, bebidas e danças e quando papéis sociais também eram invertidos temporariamente, com os escravos colocando-se nos locais de seus senhores, e estes colocando-se no papel de escravos.
Haviam também os Bacanais (festas dionisíacas, para os gregos), dedicados ao deus do vinho, Baco (ou Dionísio, para os gregos), marcados pela embriaguez e pela entrega aos prazeres da carne.
Com o fortalecimento da crença Cristã, a Igreja passou a ver essas tradições pagãs com maus olhos, e essa inversão social como ofensiva, com a relação de Deus com as forças do mal ( demônios). Assim, a Igreja determinou um período chamado carnis levale, cujo significado é “retirar a carne”. Seria o período que antecede a Quaresma, onde seriam permitidos os excessos, mas que estaria relacionado à um período onde o demônio estaria solto na terra.Até essa época, era permitido o consumo de carne e outros excessos de todos os tipos, para depois entrarem na Quaresma, período de 40 dias antes da Páscoa caracterizado pelo jejum, oração e meditação, que antecede o sacrifício de Cristo e a Ressurreição na Páscoa.
Por volta do século XI, no período fértil para a agricultura, homens jovens que se fantasiavam de mulheres saíam às ruas e aos campos durante algumas noites, dizendo-se habitantes da fronteira do mundo dos vivos e dos mortos e invadiam os domicílios, com a aceitação dos que lá habitavam, fartando-se com comidas e bebidas, e também com os beijos das jovens das casas.

Durante o Renascimento, nas cidades italianas, surgia a commedia dell’arte, teatros improvisados cuja popularidade ocorreu até o século XVIII. Em Florença, canções foram criadas para acompanhar os desfiles, que contavam ainda com carros decorados, os trionfi. Em Roma e Veneza, os participantes usavam a bauta, uma capa com capuz negro que encobria ombros e cabeça, além de chapéus de três pontas e uma máscara branca.
Em Veneza, os nobres usavam máscaras para poder desfrutar da festa junto do povo e manter sua identidade oculta.
A tradição dos bailes de máscaras no Carnaval italiano é comum até hoje.
As festividades de Carnaval se espalharam em toda a Europa, inclusive nos países Ibéricos, como Portugal, chegando assim, posteriormente, nos países do Novo Continente, após a época do descobrimento.
Uma das primeiras manifestações carnavalescas no Brasil foi o entrudo, uma brincadeira de origem portuguesa que, na colônia, era praticada pelos escravos (na verdade, também era praticada pelos nobres, mas de forma escondida, já que era considerada uma brincadeira subversiva, inclusive D.Pedro I adorava!).
Nela, as pessoas saíam às ruas sujando umas às outras, jogando lama, urina etc. 

O entrudo foi proibido em 1841, mas continuou até meados do século XX.
Os africanos escravizados se divertiam nestes dias ao som de batuques e ritmos trazidos da África e que se mesclariam com os gêneros musicais portugueses. Era comum também, os escravos usarem roupas velhas dos seus senhores, para se “fantasiarem” e imitarem os brancos.
No século XIX, houve uma intensa campanha contra o entrudo. Como resultado da passagem da monarquia para a república, da atuação mais consistente do Estado em ações de expulsão das camadas populares dos centros das cidades e da repressão a manifestações populares, a prática perdeu forças no começo do século XX.
A imprensa foi uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da campanha contra o entrudo no Brasil. Enquanto o entrudo era reprimido nas ruas, a elite do Império criava os bailes de carnaval em clubes e teatros. No entrudo, não havia músicas, ao contrário dos bailes da capital imperial, onde eram tocadas, principalmente, as polcas.
A elite do Rio de Janeiro criaria ainda as sociedades, cuja primeira foi o Congresso das Sumidades Carnavalescas, para desfilar nas ruas da cidade. Enquanto o entrudo era reprimido, a alta sociedade tentava tomar as ruas.
As camadas populares não desistiram de suas práticas carnavalescas, e no final do século XIX, buscando adaptarem-se às tentativas de disciplinamento policial, foram criados os cordões e ranchos. Os primeiros incluíam a utilização da estética das procissões religiosas com manifestações populares, como a capoeira e os zé-pereiras, tocadores de grandes bumbos. Os ranchos eram cortejos praticados principalmente pelas pessoas de origem rural.
Chiquinha Gonzaga foi a primeira a criar uma música para carnaval: ” Ô abre alas”,que foi a primeira marchinha criada.
O samba somente surgiu, oficialmente, por volta da década de 1910, com a música “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se, ao longo do tempo, o legítimo representante musical do Carnaval.
No começo do século XX, com o objetivo de civilizar a festa, a prática de lançar farinha e água foi proibida. Por isso, as pessoas começaram a importar dos carnavais de Paris e Nice o costume de jogar confetes, serpentinas e buquês de flores.
Mas enquanto o samba e as marchinhas eram destaque em lugares como Rio de Janeiro, outros ritmos marcaram o carnaval em outros lugares.

Na Bahia, os primeiros afoxés surgiram na virada do século XIX para o XX com o objetivo de relembrar as tradições culturais africanas. Os primeiros afoxés foram o “Embaixada da África” e os “Pândegos da África”. Por volta do mesmo período, o frevo passou a ser praticado no Recife e o maracatu ganhou as ruas de Olinda.
Em 1950, na cidade de Salvador, o trio elétrico surgiu após Dodô e Osmar utilizarem um antigo caminhão para colocar em sua caçamba instrumentos musicais por eles tocados e amplificados por alto-falante, desfilando pelas ruas da cidade. Eles fizeram um enorme sucesso, mas o nome “trio elétrico” somente foi utilizado um ano depois, quando Temistócles Aragão foi convidado pelos dois. Em 1979, quando Morais Moreira adicionou o batuque dos afoxés à composição, os Trios Elétricos ganharam nova notoriedade e passaram a ser adotados em várias partes do Brasil. Com o surgimento do Axé Music na década de 1980, 1990, o carnaval na Bahia ganhou notoriedade internacional.
Em Pernambuco, o frevo e o Maracatu cresceram, inclusive chamando atenção internacional.
Mas foi o carnaval das Escolas de Samba dos grandes centros como Rio e São Paulo que realmente cresceram e deram ao Carnaval do Brasil o título de ” Maior Espetáculo da Terra”.
A grandiosidade e riqueza dos desfiles das Escolas de Samba, fizeram com que pessoas do mundo inteiro virassem seus olhos em direção ao Brasil na época do Carnaval.
Milhares de turistas geram milhões ao Brasil pelo turismo gerado pelo Carnaval.
Mas eis que um vírus invisível veio trazer enormes transtornos à vida dos que respiram Carnaval 365 dias por ano no Brasil. Sim, porque o Carnaval se tornou uma indústria que gera milhares de empregos durante o ano, pois para fazer um desfile de uma escola de samba com 3.000 componentes, é necessário profissionais das mais diversas áreas, dentro e fora das comunidades das Escolas.

O Carnaval movimenta ainda toda a indústria de turismo de muitas cidades espalhadas pelo mundo, seja no ramo de hotéis, restaurantes, quiosques, transportes, etc.
Em 2021, o governo do Rio de Janeiro já anunciou o cancelamento dos desfiles das Escolas de Samba. São Paulo e outras cidades ainda não anunciaram publicamente, mas na atual situação, nem é possível cogitar a possibilidade da realização dos eventos.

Em Pernambuco, onde o frevo já fervia desde outubro pra culminar no Carnaval, as ruas estão vazias e o frevo está calado. Até quando? Não se sabe.

O Carnaval de Salvador está suspenso, sem data prevista.
E não só no Brasil se cancelaram os eventos. Em todo o mundo tudo está em suspenso até nova avaliação.
No Japão, 2020 já não teve o famoso Carnaval de Asakusa (que ocorre no verão japonês, em agosto), e a organização já definiu que também não haverá em 2021.
Qual será o futuro do Carnaval enquanto não há o controle dessa pandemia?
Quanto tempo vai durar essa situação?
Quando tudo voltar ao normal, a festa continuará a mesma?
São perguntas sem resposta por enquanto. E vamos na torcida para que a cultura não seja mais prejudicada do que já está sendo!

TEXTO: SUELI GUSHI

 

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